[Original – Em capitulos] Oba-san | Parte 2

Oba-san
Parte 2
Só podia ser uma miragem, por que ‘ela’ estava ali, por que Anna estava no lugar da minha tia, ou melhor, por que ela tinha quer ser a minha tia?!A minha ficha só caiu quando ela perguntou pela minha mãe. Ela pareceu um pouco surpresa também. Disse que se alegrou ao saber que era minha tia. Bem, eu queria conhecê-la melhor só que desse jeito é muito estranho. Eu senti, na hora em que descobri isso, uma grande felicidade por poder ficar perto dela, mas depois veio uma profunda tristeza e não entendi o porquê, mas deixa pra lá isso não tem importância.
Convidei-a a entrar para esperarmos a minha mãe chegar do mercado. Já no sofá, começamos a conversar, então perguntei por que ela não veio mais cedo já que estava na cidade há mais de um mês. Respondeu-me que precisava terminar um último trabalho e que aqui não teria sossego. Fiquei me perguntando que tipo de trabalho seria e quando perguntei, ela disse que era segredo. Estava abafado, então fui até a porta que dava para a sacada, para abri-la. Quando voltei uma coisa estranha aconteceu, eu tropecei no tapete e caí. Só que… caí em cima da minha tia, ela me segurou e caímos no sofá. Eu estava com ouvido colado no peito dela, dava para escutar as fortes batidas do seu coração. Eu fiquei vermelha, eu nunca tinha ficado assim antes nem com os garotos, e olha que isso acontece frequentemente, meu coração disparou. Foi então que ela perguntou se eu estava bem, respondi que sim. Ficamos assim por um tempo, até ouvir um barulho de porta abrindo, era minha mãe chegando. Na mesma hora eu saí daquela posição meio estranha, e com o coração batendo mais forte que antes e ainda muito vermelha. Ficamos sentadas uma em uma ponta do sofá e a outra na outra. Segundos depois minha mãe chega à sala, cumprimenta minha tia e pergunta o que havia acontecido. Então minha tia responde que havia me perguntado se eu estava afim de algum garoto e diz que respondi que sim só que ainda não havia falado seu nome. Fiquei assustada. Como ela sabia daquilo, já que eu não tinha comentado nada com ela sobre o assunto. Claro! Não havia comentado com a ‘tia’ mas com a Anna eu comentei, então era por isso que ela sabia. Minha mãe começou a rir e disse que eu era assim mesmo. O resto do dia foi tranqüilo, ela contou as novidades para minha mãe, fomos visitar a vovó, acho que ela se sente meio sozinha, pois meu avô já faleceu. Mas na hora do jantar recebi uma notícia que me deixou assustada, minha tia teria que dormir no meu quarto! Que absurdo! Tudo bem que eu fui com a cara dela, e estou achando ela bem mais legal do que antes, só que dormir no mesmo quarto é demais, vocês não acham? Bem fazer o que, já que nos outros quartos não tem espaço e eu sou a única garota da casa, tirando a minha mãe.
Na hora de dormir foi mais ‘sinistro’. Eu já tinha colocado o pijama quando ela veio se trocar. Comecei a observá-la, para ver se ela faria alguma coisa no estilo ‘japa’, como fez algumas coisas ao longo do dia. Começou a se despir, é normal quando vai se trocar de roupa, só que ela tirou a roupa toda. Eu fiquei muito vermelha e encabulada, não deveria, oras é uma mulher que está a minha frente, e eu também sou uma. Depois foi até a mala e tirou algo de dentro que eu não consegui identificar. Só que ela parou, virou-se para mim, olhou-me fixamente, perguntou por que eu estava olhando, eu apenas disse que a estava observando. Então ela fez uma cara estranha e disse “por quê? você está afim?”. Que?! Como assim ‘está afim’?! Fiquei parada, boquiaberta, e vermelha, não sabia o que fazer, como agir, muito menos pensar. Mas…
Oba-san – Parte 2 FIM

[Original – Em capitulos] Oba-san | Parte 1

Eu não sei por que não postei isso antes. Talvez por querer re-escrever de forma mais detalhada. É meu segundo conto em capitulos.

Calssificação: 16 anos. (Mais pela temática do que pelas cenas)

Gênero: Yuri, incesto, romance, reencontro.

Sinopse: Adolescente se encanta com mulher que conhece numa banca de revista e mais tarde descobre que ela é sua tia.

Oba-san

PARTE 1

Como estou entediada! Estamos fazendo as preparações para uma tia que vai chegar do estrangeiro. Nem me lembro dela, mas parece que ela é nova, ouço minha mãe dizer que ela é ‘só’ dez anos mais velha que eu. Oras eu tenho dezesseis anos, ficar me comparando com uma tia não é muito justo, não acham? Bem nem sei como ela é, acho que é por isso que acho injustas as comparações feitas. Vou conhecê-la amanhã de manhã, mas sabe não estou nem afim disso. Ai, chega de falar na minha tia, quero mais é falar da mulher que conheci há algumas semanas. Ela é perfeita e linda, seu nome é Anna, com ela sim acharia mais legal ser comparada.

Há poucas semanas fui a uma banca de jornal no centro da cidade comprar mais uma edição dos meus mangás favoritos. Quando peguei o meu favorito uma moça muito bonita me perguntou se eu gostava dele. Disse que gostava muito, então ela virou para o jornaleiro e falou que iria levá-lo. Fiquei pasma, primeiro uma mulher do nada me pergunta se eu gosto do mangá e segundo ela me compra o bendito e me dá de presente, no começo achei que ela fosse meio maluca, fui atrás dela para tirar satisfações da atitude estranha. Sim, por que dar um presente para uma desconhecida não é normal. Quando perguntei, ela começou a rir, disse que ficou encantada por ver uma pessoa tão empolgada com algo tão simples e que resolveu me fazer feliz um pouco. Falou que eu parecia com alguém que ela gostava muito, que não via há dez anos e que isso a fazia matar um pouco a saudade. Depois disso conversamos mais calmamente e marcamos de nos ver novamente. Encontramos-nos mais algumas vezes e eu fiquei admirada por que ela ainda gosta muito da pessoa que mencionou que parecia comigo e a mais de dez anos isso é incrível! Descobri que ela era uma pessoa interessante e não maluca. Ela me contou que conhecia a autora do meu manga favorito, já que ela passou os últimos dez anos pelo Japão. Achei muito legal saber disso, me encantei e fiquei com muita vontade de saber mais sobre ela. E agora estou aqui tendo que esperar a maldita tia e pensando no que aquela mulher estaria fazendo a uma hora dessas.

Droga! Por que eu tenho que esperar a mulher sozinha? Por que a minha mãe tinha que ir ao mercado à uma hora dessas?!Ficar sozinha com uma desconhecida era tudo que eu não queria. Bem foi o que aconteceu, enquanto eu estava em uma briga interna com meus pensamentos, a campainha tocou. Aos resmungos fui atender. Ao olhar a pessoa a minha frente tudo parou, a única coisa que acelerou foi o coração. Fiquei sem palavras e a pessoa a minha frente também parecia meio assustada. Aquela era a tal tia?, não podia ser verdade. A mulher que estava parada a porta era a mesma que eu havia conhecido na banca de jornal.

Oba-san – Parte 1 FIM

[Original – Oneshot] Primeiro contato

Achei essa coisinha fofa nas minhas coisas recentemente. É um tanto quanto antigo.

Classificação: Livre.

Gênero: Yuri, romance.

Sinopse: Um encontro durante a infância deixou marcado na memória um aroma prazeroso e indescritível, junto com o fato das pessoas morrerem sempre que o sente.

Primeiro contato

A primeira vez que vi foi quando eu tinha uns seis anos. Não sei exatamente como chamar, ele ou ela? É meio indefinido. Naquela época eu estava na casa dos meus avós. Um dia bateu um menino a porta. Assim que ele entrou, meu avô ficou meio apreensivo. Ele era meio esquisito, pensei assim que o vi. Tinha cabelos pretos, olhos pretos e usava roupas pretas, mas era muito pálido. Estava entediada, antes mesmo de alguma coisa, puxei-o para brincar comigo. Brincamos por horas e nesse tempo ele não sorriu nem uma vez. Então chegou a hora do lanche, no tempo em que fui ajudar a minha avó a trazer o lanche ele conversou com o meu avô. Ele estava indo embora sem se despedir, mas apareci antes dele partir. Perguntei se iria vê-lo novamente e ele disse que provavelmente não. Pedi permissão para abraçá-lo e ele deixou. Abracei-o, ele tinha um cheiro muito gostoso, mas é impossível descrevê-lo. Sussurrei em seu ouvido que nunca iria esquecê-lo. Ele pareceu se assustar ao ouvir isso. Partiu. Depois meu avô sentiu-se cansado e foi dormir. Amanheceu morto.

O tempo foi passando e nunca me esqueci daquele garoto. Passei a cuidar da minha avó. Passado alguns anos ela dizia constantemente que a morte viria buscá-la. Ironicamente aparece uma mulher estranha querendo falar com a vovó. Mas havia algo de familiar nela. Tinha cabelos pretos, olhos pretos e usava roupas pretas, possuía uma palidez incrível. Quando ela entrou, minha avó pareceu feliz. Fui buscar um chá e quando voltei, ela já estava indo embora. Levei-a até a porta e agradeci por fazer a minha avó um pouco mais feliz e abracei-a. Na mesma hora senti aquele cheiro indescritível e inesquecível. Mas como? Eu tinha certeza de que ele era um garoto, e agora me aparece uma mulher com o mesmo cheiro! Ela disse: “foi bom te ver de novo”. Eu fiquei sem entender nada. Mas quando perguntei se poderia vê-la de novo, ela disse que agora essas coisas eram imprevisíveis. Foi embora. Quando entrei, minha avó havia falecido no sofá.
Passei a fazer serviço comunitário num asilo perto de casa. Volta e meia apareciam pessoas para visitar os idosos e elas sempre tinham as mesmas características: cabelos pretos, olhos pretos, roupas pretas, uma palidez fora do comum e aquele cheiro. E tinha uma estranha coincidência, os idosos visitados faleciam logo depois. Essas pessoas sempre olhavam para mim como se falassem “você de novo!”. Mas a cada pessoa que aparecia eu me sentia diferente e a cada um esse sentimento ficava mais forte. Depois de pensar muito, cheguei a uma conclusão: todas eram a mesma pessoa e eu estava apaixonada por ela. Numa dessas visitas apareceu uma mulher. Depois que ela conversou com um idoso que estava de cama, fui falar com ela. Mas antes de eu abrir a boca ela falou:

– Até que enfim você percebeu.

– Hã?! Quê?! – empalideci. Como que ela sabia?

– Você finalmente percebeu quem eu sou. Pensei que não fosse descobrir nunca.

– Mas depois de tantas dicas, um dia eu ia perceber. Me diz, por que você apareceu pra mim tantas vezes?

– Não é bem assim. Todas as pessoas um dia já me viram, só não se lembram. Não sei como, mas você foi um caso a parte. Além de simpatizar comigo, você quis me ver de novo e disse que não me esqueceria. Na segunda vez, me assustei por te ver de novo, você não me reconheceu e ainda assim disse que queria me ver de novo. Mais tarde comecei a visitar os idosos daqui e você estava aqui também.

– Quem sabe não foi o acaso? Sei lá, isso é muita…

– Essas coisas não acontecem por acaso.

– Isso não me interessa. Tenho uma coisa para te dizer. Nunca pensei que fosse dizer isso a alguém, ainda mais para você.

– Outra coisa para dizer. Acho que isto eu não…

– Eu gosto de você!! – disse cerrando os olhos. Não vi a cara que fez, mas acho que se assustou. Já estava muito vermelha, porém abri os olhos. Me encarava séria e disse:

– Isso não pode ser verdade. Não há nenhum caso relatado “lá”. É praticamente impossível.

– Então esse é o primeiro. E aí, como se sente?

– Não sinto. Não temos essa capacidade. Aliás, não sei o que é sentir.

– Não sabe?!

– Não isso aí que falou.

– Vejamos, acha que tem algo estranho acontecendo dentro de você?

– Defina estranho.

– Algo que nunca aconteceu antes.

– Não sei…

– Como assim não sabe?! – Ela abriu a boca para falar, mas eu a beijei antes que começasse. Foi um beijo desengonçado, mas se aquele cheiro tivesse um gosto, seria o daquela boca. – E agora? – Pela primeira vez eu vi uma ligeira cor naquele rosto.

– Ahm…. – Ela me beijou de novo e dessa vez foi muito melhor. – Eu ainda não sei… Mas quero ter você assim por toda a minha existência. – Isso me deixou quente. Depois ela partiu.

Depois apareceu na minha casa. E todo dia me visitava. Sempre aparecia sob uma forma diferente, ás vezes era homem, ás vezes mulher, ás vezes criança, adolescente, idoso. Sempre de preto com aquele maravilhoso cheiro. Passeávamos pelas ruas e praças de vez em quando. Acho que algumas pessoas devem achar que sou mulher da vida por estar sempre com uma pessoa diferente a cada dia. Sinceramente, prefiro quando está de mulher. Mas não há muito que se fazer quando se apaixona pela morte.
Um dia eu finalmente escutei o que queria tanto ouvir. Estávamos em casa, estávamos abraçadas, estava sob a forma feminina. Ela me beijou e depois me olhou com aquelas pérolas negras:

– Eu te amo.

Fim….?

[Oneshot – Original] O novo namorado da mamãe

Para celebrar o novo blog, eis aqui algo novo :3

Classificação: 12 anos.

Gênero: Yuri, romance, reversal.

Sinopse: A mãe de Annie anuncia que vai se casar de novo e que o novo marido vai se mudar pra casa delas com sua filha da mesma idade.

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O novo namorado da mamãe

 

Annie já estava acostumada com sua mãe que ficava sempre numa rotatividade de namorados. Desde que ela superara a morte do marido, estava sempre com algum homem diferente. E Annie achava isso muito divertido. Sempre que ela abria a porta havia um tipo diferente, um executivo, um roqueiro, um nerd. Achava incrível cada criatura que aparecia para buscar sua mãe. Mas um dia, quando ela estava tentando contar uma coisa importante para a mãe(não que ela estivesse tentando é que ela já havia falado e ficava repetindo e pedindo atenção, mas a mãe parecia estar em outro plano), a mesma vira pra ela e diz como se tivesse acordado de despertar de um sonho.

– Filhinha, mamãe vai casar de novo! – Annie arregalou os olhos e ficou sem palavras. Mas a saliva se juntou na garganta e ela acabou tossindo furiosamente.

– E o que aconteceu com todos os seus namorados? – Desistiu de contar o que queria.

– Tudo passatempo! É sério dessa vez! Eles vão se mudar pra cá semana que vem. – Agora tudo parou pra ela.

– Eles? Como assim eles?! – Isso estava bem estranho mesmo.

– Sim. Ele e a filha dele. Ela tem a sua idade! Vocês vão se dar muito bem, tenho certeza! – Ela parecia nem estar se importando com a opinião da filha com relação a isso. Annie começou a berrar coisas sobre ela não se importar com o que ela pensaria sobre o assunto, que ela não queria dividir quarto com uma garota desconhecida e blá blá blá.

 

Passou o resto da semana de mau humor. Até na escola repararam. Até a garota de aparência duvidosa que implicava com ela reparou.

– Brigou com namoradinho, fantasminha? – Perguntou num tom de escárnio, mas no fundo dava para perceber a preocupação. A garota alta de cabelos curtos arrepiados lhe chamara assim por causa de sua aparência atípica. Annie era loura com cabelos curtos, olhos de um castanho tão claro que pareciam amarelos e sua pele era muito branca, daquelas que se pegar muito sol fica vermelha ao invés de morena.

– Não é da sua conta, Roxanne! – Respondeu atravessado com um bico. A morena alta apenas suspirou e saiu de perto com as mãos enfiadas nos bolsos. Annie ficou a observar a outra. Era alta, com cabelos arrepiados, os olhos eram de um azul que parecia roxo de vez em quando, pele morena de sol, mas nunca fazia educação física de camiseta, um temperamento meio irritante a seu ver. Mas era bem popular, falava com todos, era capaz de jogar de igual pra igual com os meninos em qualquer esporte. Às vezes se pegava a observando e admirando… Apesar da outra sempre implicar. Só que naquele momento isso era o que menos importava, sua mãe fazia mistério do homem e sua filha, e isso a deixava irritada e pensativa. É claro que ela contara isso pras amigas e ouviu uma resposta irônica.

– Torça pra não ser o professor de matemática.

Mas também ouviu coisas positivas.

– Relaxa, amiga. Vai que o cara é legal.

 

E assim chegou o dia da tal mudança do tal namorado. Annie levantou cedo e visitou o túmulo do pai, orou e pediu forças. Voltou para casa lá perto da hora do almoço. A mãe lhe recebeu toda animada e a levou onde tinha um ser não identificado de costas. A mãe chamou por um nome masculino e a criatura se virou. Tinha cabelo grande e traços meio afeminados, mas com certeza era homem. A voz era grave, pereceu-lhe simpático. Após uma breve conversa, anunciou que ia subir e trocar de roupas. Já estava no meio do caminho, quando sua mãe lhe chamara, mas ela apenas respondeu que depois lhe dava toda atenção. Estava no andar de cima, no corredor vazio de sua casa, então resolveu fazer algo que sempre fazia, tirar a blusa e depois abrir a porta do quarto, e pendurando a blusa atrás da mesma. Assim o fez distraidamente. Assim que tirou o rosto da porta, seu coração disparou, viu um ser alto de cabelo curto arrepiado de olhos arregalados.

– AAAAHHH! – Ambas gritaram. Mas ninguém ouviu, já que o quarto de Annie era a prova de som. Sua mãe mandou colocar o sistema no quarto porque a filha gosta de tocar instrumentos em um volume nada baixo.

– O que você está fazendo aqui, Roxanne!! – Continuou berrando. – Começou a achar que deveria me amolar em casa também?!!

– Calma, Annie!! – Disse com uma voz que não combinava com o visual. No fim, ela tinha uma voz doce que não combinava em nada com o visual arrogante. – Eu também não queria, ok?!

– Como assim?! Não estou entendendo… – Roxanne suspira e explica na maior calma.

– Presta atenção: é o meu pai que está lá embaixo com a sua mãe. Provavelmente dando um amasso que nós nem em sonhos gostaríamos de ver.

– Certo… – Annie deu um suspiro desanimado. Era melhor colocar outra blusa e… opa! Ela estava de short e sutiã discutindo com… Ficou vermelha. Foi então que reparou que a outra também estava de bermuda e sutiã, mas com a camisa nas mãos. – É… então… acho que… vamos ter que nos acostumar…

– É… – Roxanne desviou o olhar ligeiramente vermelha. O silencio ficou constrangedor até elas vestirem suas respectivas blusas. Trocaram apenas um sorrisinho sem graça e desceram para o almoço. Eles perceberam que não seria tão ruim afinal um convívio pacífico entre aquelas pessoas. Annie ajudou Roxanne a ajeitar as coisas em seu quarto, até que todas as coisas dela viessem da outra casa para o quarto de hospedes. Terminaram a tempo de um banho para a balada. Era a primeira vez que iam sair juntas. E estranhamente estavam sentindo como se fossem ao primeiro encontro. Como era uma balada com qualquer outra, elas se vestiram normalmente. Roxanne usava uma blusa de manga tres quartos verde justa ao corpo, uma calça creme larga e um all-star preto com estampa de chamas. Annie, para espanto de Roxanne, estava com uma calça colada preta, uma baby-look preta com estampa “parental advisory explicit content” e uma bota preta com cadarços brancos. A morena não esperava que Annie gostasse de se vestir assim. E o que estava escrito na blusa a deixou instigada. “Conteúdo explícito, é? Ai, ai…” Ao chegar na rua, reparou que ela não andava com as mesmas pessoas da escola. Os amigos de Annie eram divertidos e sabiam muito sobre música. Roxanne também encontrou seus próprios amigos. Pessoal com aparência bem diferente do primeiro. As cores dominavam as roupas deles, ao invés do preto do primeiro grupo. Igualmente animados, pareciam se interessar mais em games e esportes e sua maioria era masculina. Após muita andança, voltaram pra casa.

Estavam na cama sem sono algum. Roxanne estava num cama improvisada ao lado da cama de Annie. Ambas sabiam que estavam acordadas, mas nenhuma das duas ousava quebrar o silencio.

– Por que você sempre usa blusas de manga na escola? – Annie quebrou o silencio de repente.

– Por que tenho algo que as regras da escola não permitem. – Falou tranquilamente.

– O que?

– Tatuagem. – Ao responder, percebeu uma agitação na cama.

– Sério?!  Posso ver? – Mas Annie estava tão eufórica que se enrolou nos próprios lençóis e caiu da cama, em cima de Roxanne.

– Ai! Você é pesada, heim! Precisa fazer uma dieta! – Mas Roxanne sabia que isso não era verdade.

– Por que gosta tanto de implicar comigo? É divertido? Você me odeia tanto assim? – Indignou-se, mas dava para perceber o tom sentido. Ainda assim, não saiu de cima.

– Não é bem assim… – Roxanne percebeu que talvez fosse o momento de contar. – Eu gosto de você, até demais. – Sentiu-se esquentar.

– Ah… Então por…?

– Pra chamar sua atenção.

– Pra que iria querer chamar minha atenção? Você sem fazer nada já chama atenção.

– Ai, ai. Você não entendeu, não é?

– Ahn..? – Então juntou toda sua coragem, trocou de posição e beijou Annie demoradamente.

– Entendeu? – Estava ansiosa pela resposta, mas nem reparou que o beijo fora correspondido.

– Muito bem. – Roxanne não reparou por causa da penumbra, mas Annie estava sorrindo. Mas percebeu quando a loura lhe puxara para outro beijo.

 

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Na escola, Annie e Roxanne chegaram de mãos dadas na segunda seguinte. Num momento sozinha, uma das amigas de Annie chegou para ela discretamente.

– Por que raios você chegou de mãos dadas com a Roxie, amiga? – Ela sabia que Annie gostava de garotas e sempre via a amiga olhando para Roxanne(Aliás, era isso que Annie estava tentando contar para a mãe, só que foi completamente ignorada. Será?) mas nunca havia imaginado que um dia a veria de mãos dadas com ela.

            – O pai dela é o novo namorado da mamãe. Ela está morando lá em casa. E sabe como é, em um fim de semana pode acontecer tantas coisas. – Respondeu com um sorriso “parental advisory”.